terça-feira, 18 de maio de 2010

tantos dias - memórias de uma luta pela vida

Dificilmente a gente começa a ler um livro já sabendo o final da história - a menos que alguém estrague tudo e conte, claro. Mas no caso desse, é inevitável ler o nome do autor e, no máximo, o resumo da contracapa e não saber como termina. Mesmo sabendo, quis ele como uma das minhas aquisições da feira do livro (na verdade, presente do pai). Terminei de ler ontem, e não teve como evitar falar.
Marco Uchôa era repórter da TV Globo e decidiu transcrever em uma espécie de diário o processo de tratamento da sua luta contra o câncer, descoberto em 2002. A ideia era publicar um livro, quando finalmente estivesse  curado da doença. Como já se sabe, a doença o venceu.
O livro inteiro é de uma sensibilidade gigante. E sim, como era de se esperar, triste. Tantos dias - memórias de uma luta pela vida mostra ali, no autor daquelas anotações diárias e semanais, um grande lutador. Afinal, lutar contra algo que o consome, e já sabendo o final de tudo, deve ser a pior das batalhas; ainda mais quando se é atingido com apenas 34 anos, tendo um filho de seis, e uma baita carreira pela frente. A sensibilidade gritante do relato de Marco, alternado com o da mulher, Anna, deixa evidente o quanto uma doença assim afeta não apenas uma pessoa: todos que estão à sua volta acabam envolvidos. E aí, só então começa a se ter um novo olhar sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre a vida.
Histórias como essa são um balde bem cheio de água fria na cara. Aquela coisa do tipo, "acorda pro que tu vives", temos tanto e reclamamos de tudo. Mas na correria do mundo, nunca paramos pra pensar em tudo que se tem, que se conquistou, e pra valorizar tudo o que vivemos. Ok, foi um pouco clichê esse texto, só que o livro foi uma ducha gelada pra mim também.
Acordar enquanto é tempo... :]

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