terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Thanks, so much, 2010


A época mais propícia a retrospectivas sempre me instiga a parar e pensar nos meses que se passaram. Inevitável a comparação do “o que você fazia, pensava, tinha e desejava, nesse mesmo dia, no ano passado?”. Não vou me deter a comparações, apenas acrescentar um sinalzinho de somatório em tudo [de bom].

Não tem como fugir do clichezão e dizer o quanto 2010 acrescentou. Me fez crescer, me deu sabedoria e ao meu lado pessoas especiais. Nada seria mais justo do que usar este espaço para agradecer. Então, thanks, so much:

...à ele lá em cima. Por me tirar alguém especial só depois de ele ter vivido tudo o que tinha pra viver, ver filhos, netos e bisnetos, ensinar e deixar grandes lembranças. O sorriso do nonno sempre vai ficar.

...ao meu porto seguro, minha base, minha calmaria.meus pais me orgulham, e 2010 não mostrou nada diferente disso. amo-os.

...ao fê, pela semana de férias em Santa Catarina e a adrenalina de experimentar vários quilômetros por hora em uma cbr 600 quase à beira-mar.e pela parceria que só um irmão pode te dar.

...à maiarinha, minha gêmea siamesa, pela parceria em todas as manhãs de estágio, todos os trabalhos da faculdade, por todos os finais de semana de festa, pelo companheirismo aqui, na china ou em uma trilha de 17km. sem ela não sou.

...à mari, irmã que se mostra cada vez amiga, a amiga que Deus escolheu irmã. Pelos incansáveis e estressantes dias de semana em que nos aturamos nesse corrido 2010, e pelo amor-irmã que insiste em permanecer conosco.

...aos colegas do jornalismo parceiros de intercom: valeram aqueles dias, os pa-pan americano's , cada raio de sol e cada folhinha de grama daquela UCS.

...a todos que me ajudaram na produção do curta: sem o empenho, a coisa não sairia. ano que vem teremos orgulho do nosso filhinho pronto.

...colegas da cacism, vocês também entram aqui, pela experiência e companheirismo bom que existiu ao longo do ano inteirinho.

...a quem entrou na minha vida de uma forma mais intensa, mas sempre esteve nela.

...a quem, de alguma forma, saiu da minha vida. Levo comigo boas lembranças de tudo que vivi em qualquer momento.. carrego comigo tudo de bom e excluo de vez tudo de ruim. O resto é experiência.

..a todos que me somaram companheirismo, amizade, sorrisos, aprendizado e muita energia boa. aos especiais que conheci em 2010 e carregarei comigo pra vida.

Certamente 2010 está sendo finalizado com um saldo positivo. Ver uma pessoa que amo e não via há mais de quatro anos é especial demais. (ainda mais quando parece que a última vez que nos vimos foi na semana passada...) Passar os últimos dias do ano do lado da minha família é divino. Aproveitar uma tarde do lado das amigas de infância é nostálgico e maravilhoso. Sol, calor e o merecido descanso em um lugar onde amo estar, é tudo que eu queria.
Por isso, ao fim de tudo, eu posso dizer: thanks, so much, 2010. E que venham os próximos 365.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

os óculos do john ou o olhar do paul?

Novembro de 2010 vai ficar na história. De gaúchos, de paulistas, de brasileiros de todos os cantos. De loucos e fanáticos por música, por Beatles, por ele. Não tive a oportunidade de assistir, mas acredito que isso foi compensado por milhares de fãs que percorreram quilômetros, agüentaram dias e horas em fila e abaixo de sol. Tudo pra ver Sir. Paul McCartney.
Paul McCartney em Porto Alegre - 07.11.2010
Foto:  Leandro Ineu

Pelo que li e pude ouvir, o cara levou a galera ao delírio. Em solo gaúcho, parece ter sido muito mais – com o perdão do nosso bairrismo. “Ele podia subir no palco e fazer qualquer coisa, que todo mundo aplaudiria igual. Mas ele mostrou que vive disso e pra isso”, comentou o meu amigo Leandro, que esteve a pouco mais de 20 metros de um lendário beatle, naquela noite de sete de novembro. “Ver aquele cara fazer dos acordes mais simples aos mais complexos foi uma coisa mágica, ainda mais por todo o envolvimento que eu tenho com a música”, recordou...


Além dos acordes, algumas palavrinhas para os gaúchos soaram mágicas também. Ouvir ninguém menos que Paul McCartney dizer “Ah, eu sou gaúcho” é pra arrepiar da cabeça aos pés. E soltar um “tri legal” seguido de um “bah,tchê” então, é de soltar o grito preso na garganta e perceber que o cara veio mesmo pra conquistar. Quanto carisma. E, quanto fôlego pra agüentar simplesmente três horas em cima do palco, sem perder a energia... com seus bem vividos 68 aninhos.

Abro, agora, um vídeo do show em Porto Alegre. Me arrepia. Se tivesse essa oportunidade, só por essa música, já valia. A música que Paul fez pra Julian quando seu pai, Lennon, se separava de Cynthia, traz a minha infância de volta. Ouvir 50 mil vozes cantando em uníssono trouxe arrepios constantes. Hey Jude, a música que a mãe e a Camila cantavam pra mim, sempre vai ser a preferida.
Recompondo a nostalgia, o passeio pelos vídeos me fez presenciar a euforia de toda aquela gente, quando ouviu um Paul gaúcho se manifestar. Por isso, tenho que compartilhar aqui aquilo que eu gostaria de ter visto ao vivo.


Paul mostrou e comprovou porque é tão consagrado. Porque segue sendo essa lenda, e um dos caras mais sensacionais que o rock já viu. Por isso, como contou o Leandro, não era a toa que ao seu lado tinham crianças e avós dividindo o mesmo espaço.

Ah. Espero que esses 50 mil pares de olhos em Porto Alegre, e 66 mil em São Paulo, tenham cruzado ou sentido de verdade a emoção do olhar do Paul...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

maria

Maria perambula cheia de sacolas pelo centro da cidade. Morena, estatura baixa e um pouco acima do peso, cabelos despenteados, as calças sujas e os sapatos rasgados. Mas quase sempre sorrindo. Só não sorri quando conta, indignada, a perversão dos policiais e dos bandidos vista por seus olhos.

O quarto de Maria é a parede de uma farmácia e a calçada de uma das principais ruas do centro da cidade. O teto é uma pequena proteção contra a chuva no canto da calçada. A luz é a lâmpada do poste da esquina. A janela do seu quarto é a rua, os pedestres, o vento, a geada, o frio.
Nas suas inúmeras sacolas, estão suas roupas e calçados. Em uma delas, fica sua cama: um colchão surrado e rasgado, com a espuma amarela visível. Tem o formato curvilíneo, o que indica ser um velho companheiro das andanças de Maria.
Em uma das sacolas, Maria carrega alguns disfarces. Entre eles, uma capa de chuva preta que quase encosta no chão. É sua diversão em noites de solidão.
Era uma noite chuvosa, e a Venâncio estava silenciosa e deserta. Maria observava os pingos no asfalto, que se alternavam entre uma fraca garoa e gotas intensas.
Ao lado do colchão em que estava deitada, em cima da pilha de sacolas, avistou um objeto. Uma pasta que parecia estar cheia. “De onde veio essa pasta?”, pensa Maria, e esfrega os olhos. Na sua distração ao olhar a chuva, alguém deve te-la deixado ali. Um presente de algum generoso? Talvez. Mas o que conteria?
Cuidadosamente, e observando se havia algum malandro por perto, tentou abrir. Uma espiada inicial. Espantada, não acredita no que vê. Para ter certeza, pega as cédulas e analisa uma por uma. Era muito dinheiro.
Feliz da vida e ainda sem acreditar, guarda o maço de dinheiro de volta na pasta. Olha para os lados e se certifica da rua deserta. Se não há ninguém , como e de onde esta pasta apareceu? “Só pode ser presente de Deus”.
Cheia de planos, Maria inventa mais uma de suas brincadeiras. Com a capa de chuva preta, uma gola erguida e um guarda-chuvas quebrado, começa a andar pelas ruas. Assusta um ou outro passante e ri sozinha. A pasta, cheia de dinheiro, debaixo do braço.
Gargalhadas altas. Agora, com dinheiro, poderá pegar de volta sua filha e sustenta-la. Comprar pão, presunto e queijo todas as manhãs. Ajudar os amigos da rua, sentir uma roupa decente, comprar uma casa, conhecer o outro lado do mundo, ser dona da rua inteira. Sorri, pula, comemora e os passantes a estranham. Maria grita.
Assustada, acorda com seu grito. A chuva continua caindo sobre o asfalto molhado e a rua segue deserta. Só se ouvem os pingos de chuva. O céu dá indícios do amanhecer. A capa de chuva que vestia estava molhada. No colchão e em cima da pilha de sacolas, não havia nenhuma pasta. Nem na sua mão, nem nos arredores. Acostumada, Maria caiu em si.
Mais um devaneio para sua coleção.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

epitáfio V

'...
Nunca dei presentes a ela, nunca recebi nada. Não conheci a letra dela, nunca a vi escrevendo. Não sei se sua caligrafia era redonda ou inclinada, legível ou feia, ou se ela colocava bolinhas em lugar dos pingos nas letras. Eu nunca disse que a amava nem a ouvi dizer isso pra mim. Nunca falamos de amor, de filhos, de amantes, de passado. Do futuro.
Ela não me falou sobre sua flor favorita. Sua primeira vez. Ela não perguntou sobre a minha. Não sei se ela acreditava em Deus. Em reencarnação ou em horóscopo. Não sei se ela cozinhava bem ou o prato de que gostava mais. O que achava da moda, ela jamais me falou. Curtia samba? E caipirinha? Qual seu número de sorte? O nome de seus pais, o que ela achava de homens de barba, das loiras, de armas e tatuagens - são coisas que nunca vou saber. Será que, como eu, ela achava que a felicidade é um negócio que inventaram para enganar os pobres, os feios e os esperançosos?
Não sei se tomou drogas um dia ou se era bamba em matemática no tempo da escola. Se gostava de resolver as palavras cruzadas do jornal. Será que ela sabia jogar truco? Teve todas as doenças da infância? (...) Foi assaltada alguma vez? Transou quando na verdade estava a fim de dormir e esquecer? Nunca soube se ela viajou de trem ou de navio. Se teve vontade de matar alguém que um dia amou. Se cortou os cabelos só para agradar a algum homem. Se cortou o pé em caco de vidro quando mais nova. Se em algum momento humilhou alguém e se arrependeu depois. Se pensou em fugir. Se lembrava dos sonhos depois que acordava. Se sonhava. Se sorriu para pessoas pensando em mandá-las à merda. Se sentiu saudade. (...)Terá ela fingido alguma vez que a coisa estava muito boa quando estava apenas morna? Compreendeu o significado da palavra "sacrifício" a tempo?
Será que ela se orgulhou de algo de que deveria se envergonhar? Será que se lembrava da primeira vez que viu o mar? Do primeiro beijo? Será que ela se sentiu digna em alguma oportunidade? E suja? Eu nunca soube o que ela achava da Ioga. Das surubas. E das coisas que assustam quando pensamos nelas. De gente que tem medo de escuro. E de quem sabe que temos escuros dentro da gente. Eu não soube nada disso.(...) E era bom.
No entanto, eu sabia sua altura. Porque ela precisava ficar na ponta dos pés toda vez que nos beijávamos.

EpitáfioV, Marçal Aquino

domingo, 3 de outubro de 2010

a palavra que resta.

Ontem, indo pra casa, vi um homem segurando várias bandeiras de um candidato. Quando vi o senhor, que provavelmente estava com os ombros doloridos pelo peso das bandeiras, me veio uma pergunta na cabeça...
Que motivo teria esse homem pra carregar tanto peso nas costas? Será que ele realmente acredita no cara com o nome estampado naquele pano? O que faz uma pessoa colocar um adesivo no peito, gritar na rua, dedicar tempo e erguer bandeira a um candidato, que sabemos, quando entrar na assembeia ou no palácio, talvez nem lembre do seu rosto? 
O que motiva tanta gente a comprar ideias de uma pessoa que, talvez, mal conhece? Promessa de vida melhor? Ganhar uns trocos a mais carregando bandeira?  Precisa votar para não perder o emprego? Influência? Ou mlitância e ideologia mesmo? E os filiados, que tiram do bolso pra ajudar a sustentar campanhas, o fazem por quê?
É estranho, mas já me perguntei trilhões de vezes... no que essas pessoas acreditam? Já não viram o caos que isso tudo está? Como podem confiar? Ainda conseguem? E que critério usam para saber em quem confiar?

Mais estranho ainda, de repente, me vi numa situação quase que contraditória. Um adesivo. Na carteira, um santinho com a legenda. Uma "quase ideologia". Lá no fundo, uma ponta de... é.
Aí, hoje, no caminho do meu local de voto, comecei a pensar por um ângulo quase egocêntrico. O que mesmo eu estava fazendo? Por que eu estava indo votar, se a política está tão em descrédito e ninguém nesse país é decente? Ah, claro, os deveres.
Mas, no que eu acreditava mesmo? Por que tinha o santinho com todos os votos anotados na bolsa?
 Seria muito fácil anular ou votar em branco. Segundos apenas, e nenhum sacrifício pra pensar. Mas, o que me fez ir até a minha seção eleitoral, digitar 19 números naquela cabine e confirmar?
Fui pelo direito. E por acreditar.
Talvez tudo isso seja motivado por uma única palavra, aquela que o ditado avisa que não morre tão cedo. Talvez, aquele homem que carregava as bandeiras no ombro, também as carregava motivado por isso. Talvez, os rostos expostos com adesivos, faixas e gritos nas ruas, tenham um motivo além do dinheiro que ganham para carregar uma bandeira. E a militância que não ganha nada pra dar a cara a tapa e gritar o nome de candidatos, também deve pensar nessa palavra. Porque em alguma coisa é preciso acreditar. Porque não é possível que não exista decência. Porque não pode estar tudo acabado e jogado às cobras. Tem que ter algum jeito, alguma saída, algum raio de luz. Porque, ali, no fundinho, ainda resta um pouquinho dela. Ela sempre fica, no final das contas. Ela fica e justifica. Talvez seja ingenuidade boba, talvez esperança.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ela fala por mim

Sempre desconfiei que a Martha Medeiros direcionasse as crônicas a mim. Noossa, quanta pretensão, né! O fato é que ela fala a minha língua. Ela traduz o que eu sinto. Parece que desvenda tudo aquilo que eu penso como se tivesse decifrado um pouco de mim, e despeja num texto bem feito.(e sei que esse pensamento é compartilhado por muitas mulheres...)
Por isso, faço das palavras dela, as minhas.


Eu, modo de usar:

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida (...). Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça, mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. (...) Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas.
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar.
Martha Medeiros

terça-feira, 21 de setembro de 2010

chuva

eu gosto do barulho da chuva que cai no telhado, que bate na janela, que escorrega no chão, que voa com o vento, que pinga no guarda-chuva, que cai nas folhas secas. eu gosto do cheiro da chuva que fica no chão do asfalto, na grama, na terra recém molhada... gosto dos respingos de chuva na janela do quarto, na porta do carro, nas poças d'água, nas flores e nas folhas, na sacada e no casaco.
gosto da chuva reluzida na luz amarelada da rua. gosto de ver as gotas descendo lá de cima misteriosamente até formarem um círculo molhado no chão. gostava de tomar banho de chuva e tentar acertar os pingos na minha boca, quando criança. enxergar a chuva indo embora na água acumulada entre o meio-fio e a rua. e gostava de deixar a água formar desenhos na calçada... 


*ao som de: gotas de chuva no telhado.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

pra dar um tchau pro baixo astral

Hoje não foi a primeira vez. No início, o acanhamento natural,  que aos poucos se esvaiu com as brincadeiras dos dois irmãos. No palco, entre as cortinas que se abriam e os holofotes simples, num momento em que só se ouviam o violão e uma onda de aplausos, eles surgiram pra (en)cantar. Hoje, só reafirmei o que eu já tinha visto há um ano atrás(escrevi aqui), e tive mais certeza do talento deles. 
foto guilherme kalsing
Os irmãos Ramil entendem mesmo de música. E sabem de verdade ganhar o público: Kledir cantando Paixão. Kleiton tocando o violino com a plateia. Um passeio gostoso lá atrás, no tempo dos Almôndegas... Vira virou. Vento negro. Os irmãos emocionando, na música mais fraterna de todos os tempos (..vou sempre estar aqui, junto a ti, feito corpo e alma...meu irmão, meu par)...
 Pra mim, isso que é música: a voz acalentadora do kledir, misturada com o som do meio violino do kleiton, formando a melhor sonoridade. simpatia, originalidade, letras sensacionais, poesia em forma de melodia. isso é talento.
sim, faltaram algumas músicas do disco autorretrato, que por sinal é bom demais. mas o hino aos bons amigos - autorretrato - foi cantado, e aquilo já me ganhou.
enfim. mais um show memorável. muitos mais suspiros bons. eles sim, sabem dar um tchau pro baixo astral. hoje vou dormir bem.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

daqueles que arrepiam...

Um senhor perambula pela rua. Atrai os olhares de um jovem estudante de medicina, que passa a ter curiosidade na criatura. Procura saber mais e se aproximar do maltrapilho. Ora, o que um morador de rua teria de interessante pra contar? ...Depois de algum tropeço e barreiras quebradas, descobre que o mendigo conhece a fundo a mente humana. Criam um laço de amizade gigantesco. Falcão, o mendigo, ensina ao jovem acadêmico o que ele provavelmente não aprenderia em nenhuma faculdade de medicina. No meio de sua insanidade, existe uma pureza indecifrável. Certas revelações fazem o estudante enxergar moradores de rua de outra maneira. Por trás de uma loucura há uma história. Todos eles têm. E algumas, completamente inusitadas.

Se até aqui não sabem do que se trata esse parágrafo, explico: essa é a história do Futuro da Humanidade. Um dos livros mais especiais que já li (e para o qual se encaixa exatamente aquela frase que diz que os livros não mudam o mundo, mas mudam as pessoas, e essas sim mudam o mundo).

Hoje, quando abri o jornal, já pulei pra crônica do dia. Marcelo Canellas. Fazia tempo que não lia um texto daqueles que, quando chega na última frase, vem o arrepio e um suspiro. Por isso, quis dividir ele por aqui. E vocês vão entender o porquê do parágrafo acima, quando lerem aí embaixo.

Good Night

– Good night! – cumprimentava com voz gutural, anunciando solenemente sua chegada aos fregueses dos bares apinhados. Insólita figura calçando havaianas e vestindo um fraque puído cuja aba de trás descia por sobre uma bermuda esfarrapada, era o nosso mendigo de estimação.
– Good night! – repetia. E de tanto repetir já ninguém mais o chamava de Raimundo, seu nome de batismo segundo ele próprio garantia, mas tão somente de Good Night. Circulava pela noite de Brasília e parava sempre na nossa mesa.
– Ô Good Night, quem foi que te deu esse fraque?
– O embaixador da Prússia.
Quando alguém dizia que a Prússia não existe mais e que nunca teve embaixada em Brasília, Good Night apenas resmungava, com ar de enfado:
– Quanta ignorância!
E passava a dar uma aula sobre a força dos bálticos, o poder dos cavaleiros teutônicos e as façanhas do general Otto Von Bismark.
– Quem foi que te ensinou isso Good Night?
– A vida – explicava, gabando-se de correr o mundo na marinha mercante, de contrabandear ópio na China ou de lutar nas fileiras da Legião Estrangeira. Simpatizou comigo e resolveu espalhar por aí que eu era seu irmão.
– Que história é essa Good Night, você também é lá de Santa Maria?
– Ce ne sont pas seulement les liens du sang qui forment la parenté, mais ceux du coeur et de l’intelligence – respondeu num francês tão impecável que tive de pedir ajuda para traduzir (“não são somente os traços de sangue que formam o parentesco, mas também os do coração e os da inteligência”).
– Com quem você aprendeu francês, Good Night?
– Com Montesquieu.
Tentei levantar a história de vida dele, mas sem documento de nenhuma espécie, sem parentes ou qualquer referência de sua origem, pude apurar apenas que ele chegou a estudar História em Salvador e foi acometido de esquizofrenia por volta dos 20 anos. Devia ter uns 60 quando o conheci. Eu e alguns amigos conseguimos uma vaga para ele num albergue público e um bico de jardineiro no Lago Sul. Mas ele logo abandonou cama e serviço, voltando a zanzar pela noite com seu indefectível cumprimento:
– Good night!
Dia desses, depois de uma longa viagem de trabalho, soube de sua morte. Permaneci uns três dias enlutado, doído, como quem perde um naco do coração, como quem cai no vácuo da inteligência. Eu só queria ter me despedido, eu só queria ter dito:
– Good night, brother. God bless you.
[Marcelo Canellas]
(publicada no Diário de Santa Maria, em 15.09.)

domingo, 12 de setembro de 2010

rainy sunday

dia de usar calça de abrigo e blusa de malha, se atirar no sofá, ficar nos lençóis até mais tarde. assistir um filme - ou vários, adiantar as leituras, tomar muito chimarrão, comer muito doce, ligar a tv e mandar o faustão calar a boca. ouvir música boa, escutar a chuva lá fora, falar com a mãe pela internet, com o pai pelo telefone, ver o dia anoitecer e sentir saudades de casa...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

..e faz bem.

"é uma coisa tão pequena, né? e faz tão bem". essa frase foi jogada por algum de nós, enquanto estávamos atirados na grama debaixo de um céu azul e um sol lindo. a tarde era de vento leve e fresquinho. o chimarrão acompanhava, e as risadas, poses e músicas desafinadas predominavam na roda.
o fato é que o intercom proporcionou muito mais do que as oficinas, apresentações e palestras que agregaram muito a quem participou. foi um misto de muita parceria, risadas, músicas e outras culturas. é claro que foi muito do nosso chimarrão e da nossa polar pros desconhecidos de outros estados. foram até dancinhas italianas. foram muitos cenários, muitas fotos, muitas festas e muita gente querida. tudo muito!.
fato também a sensação boa ao final de tudo isso, sucedida da sensação vazia ao chegar em casa e ver tudo silencioso. a tal da boa sensação mostrou que foi tudo super aproveitado. viagem memorável, desde a saída às duas da madrugada de sexta-feira até a volta já de saudade antecipada.
e lá na grama, debaixo de um sol espetacular, a gente conversava...
..são coisas tão pequenas. e fazem tão bem!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

happiness

..aprendi que a felicidade não se grita aos quatro ventos.
a gente grita ela dentro de si. e a externa com um riso leve...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

..dos traços que a vida faz

Tudo planejado. Horários, roteiro, caminho. De repente lá vem alguma coisa que muda o curso. Dá uma bagunçada legal. Quer mudar o trajeto, escolher outra rota, um modo diferente de ver as coisas. Não tão certo como planejado. Mas tudo bem, melhor assim, que continue. Depois de tudo, deixa estar. Prefere o antigo clichê, de que o tempo mostre.
E aí chega o redemoinho: bagunça, escabela, faz um vendaval, uma ventania... O inesperado bate a porta. Novas oportunidades sem sair do lugar, e um mundo que se abre..E é assim que é: um redemoinho, uma hora tudo vai, hora além tudo volta, em dobro e melhor.
Dos traços que a vida faz. Ela sabe tudo ajeitar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

saudade. vida breve

Trancar o dedo numa porta dói.Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo, um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Mas o que mais dói é a saudade. (m.m)
Dificilmente nos acostumamos com a ausência e a partida. Mas morrer é a consequência de viver. Não há escapatória.  E o que fazer enquanto se espera pela única certeza que temos na vida? O nono João saberia nos dizer muito bem.
Não esperar. Viver. Amar. Plantar uma árvore. Ter filhos e amá-los. Cultivar hortas e jardins. Jogar muita bocha, comer muita polenta, tomar um bom vinho, cantar bem alto músicas italianas. Ajudar a fundar a igreja. Erguer uma comunidade. Trabalhar sem cansar. Ver os filhos crescerem. Ver os netos crescerem. Ver os bisnetos crescerem...e amá-los. Enxergar toda a família reunida.
Foi dado ao nono o privilégio de viver todos os momentos que uma vida completa pode proporcionar. E ele os viveu com uma intensidade sem tamanho. Foi uma vida bonita, bem aproveitada e cheia de bondade.
Mas não dá pra falar de João sem Letícia. Juntos, o nono e a nona construíram o alicerce mais sólido que qualquer família pode ter. A simplicidade e a bondade deles foram conhecidas por todos que cruzaram nas suas vidas, ainda que por poucos instantes.
Lembraremos do nono sempre com um sorriso no rosto. Temos a certeza que agora ele tem o descanso merecido. Seu sorriso vai nos acompanhar para sempre.
Nono... onde o senhor estiver, saiba que seremos os herdeiros do seu caráter. Prometemos seguir seus passos de honestidade, de amor à vida, de fé, e principalmente... de união da família.
Não ficaremos tristes, pois não era assim que queria nos ver. Mas entenda, nono... a saudade aperta.
nossa última homenagem ao homem que merece o melhor lugar ao lado de Deus...
... hoje o céu ganhou mais uma estrela.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

aquilo que dá no coração

poucas músicas me chamam atenção logo de cara. segunda-feira, quando vi/ouvi a abertura oficial na novela passione, meus ouvidos já absorveram cada acorde da trilha sonora de abertura. não consigo parar de ouvir. e outra coisa, nunca fui muito chegada a novelas, mas essa tem me fisgado, pelo menos nesses primeiros capítulos (coisas que remetem à itália me dão um gostinho de "tô em casa", além daquela velha conhecida sensação de nostalgia...).
e pra completar, a música conseguiu me conquistar direitinho. confere aí o clipe de abertura, com o som lindo do lenine (aquilo que dá no coração).



terça-feira, 18 de maio de 2010

tantos dias - memórias de uma luta pela vida

Dificilmente a gente começa a ler um livro já sabendo o final da história - a menos que alguém estrague tudo e conte, claro. Mas no caso desse, é inevitável ler o nome do autor e, no máximo, o resumo da contracapa e não saber como termina. Mesmo sabendo, quis ele como uma das minhas aquisições da feira do livro (na verdade, presente do pai). Terminei de ler ontem, e não teve como evitar falar.
Marco Uchôa era repórter da TV Globo e decidiu transcrever em uma espécie de diário o processo de tratamento da sua luta contra o câncer, descoberto em 2002. A ideia era publicar um livro, quando finalmente estivesse  curado da doença. Como já se sabe, a doença o venceu.
O livro inteiro é de uma sensibilidade gigante. E sim, como era de se esperar, triste. Tantos dias - memórias de uma luta pela vida mostra ali, no autor daquelas anotações diárias e semanais, um grande lutador. Afinal, lutar contra algo que o consome, e já sabendo o final de tudo, deve ser a pior das batalhas; ainda mais quando se é atingido com apenas 34 anos, tendo um filho de seis, e uma baita carreira pela frente. A sensibilidade gritante do relato de Marco, alternado com o da mulher, Anna, deixa evidente o quanto uma doença assim afeta não apenas uma pessoa: todos que estão à sua volta acabam envolvidos. E aí, só então começa a se ter um novo olhar sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre a vida.
Histórias como essa são um balde bem cheio de água fria na cara. Aquela coisa do tipo, "acorda pro que tu vives", temos tanto e reclamamos de tudo. Mas na correria do mundo, nunca paramos pra pensar em tudo que se tem, que se conquistou, e pra valorizar tudo o que vivemos. Ok, foi um pouco clichê esse texto, só que o livro foi uma ducha gelada pra mim também.
Acordar enquanto é tempo... :]

sábado, 15 de maio de 2010

onde seus pés nunca pisaram

 O ônibus descia a Presidente Vargas, numa tarde engarrafada. O trajeto era o mesmo pelo qual  percorria até semanas atrás. Antes confusa e medrosa por não conhecer aquele lado, agora já havia decorado todo o caminho. O destino  da tarde não era aquele típico. Tinha a sensação de ir contra a maré.
Por alguns  instantes, pensava em ser levada pela tal maré, mas para mais  longe. Não se  importaria em fazer mais cinco ou seis horas de viagem, desde que com a companhia de um bom livro ou um mp3. Mas pra chegar no desconhecido. Lá longe. Em algum chão onde seus pés nunca tenham pisado.
 Pra onde tenha sol.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

cobertura #zh

todo mundo twittado!
amanhã ocorrerão palestras com jornalistas da ZH em várias universidades do estado. a cobertura será feita por alunos da comunicação de todas as universidades q participarem. é uma iniciativa da zero hora, em comemoração ao aniversário. aí estão os palestrantes, nas suas respectivas universidades:

David Coimbra - Unisinos
Altair Nobre (editor-chefe) - Univates
Nilson Souza (ed. opinião do grupo RBS) - Ulbra
Ricardo Chaves (ed fotografia) - UcPel
Luiz Antonio Araújo(editor) - Unijuí
Tulio Millman - UPF
Rodrigo Lopes - Feevale
Humberto Trezi - IPA
Carlos Etchichury - Unicruz
Fernanda Zaffari - Unisc
Pedro Dias Lopes - Unifra e UFSM
Ricardo Stefanelli (diretor de redação) - UFRGS
Caroline Torma (editora) - UFSM (Cesnors)
Rosane de Oliveira - PUC
Moisés Mendes (editor especial) - Urcamp

e, aqui,
Pedro Lopes, editor de online da  Zero Hora,  estará na unifra as 19h; e nós, alunos da comunication, faremos a cobertura da palestra em tempo real, pelo twitter. então se liga aí nos links.

@licibrun , @maiara_bersch , @kkhorstmann , @leticia_sarturi , @mauroaraujo90 .



os tweets vão para o blog do editor, clica.
vamos para a prática do jornalismo online! #zh
acompanheeem!

ver o mundo de outro jeito

talvez, olhar por outro ângulo. enxergar aquilo que estava ali, na ponta do nariz, mas a cegueira não deixava ver. voltar a ver daquele jeito. pé na estrada, e cabeça lá na lua! do raio de sol, uma motivação. do vento no rosto, um desafio. do dia amanhecendo, um riso leve. e das horas correndo, a vontade de fazer bem.
prazer, sou eu.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

voltando

já to voltando, já...

essa semana feira do livro, e coisas boas pra contar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

no ritmo de um amanhã colorido

Hoje é aniversário do Duca. Nenhuma data mais propícia pra deixar aqui a entrevista perfil que fiz com ele, em maio do ano passado. Ainda não tinha postado aqui, é um dos textos que mais gostei de escrever.
Taí!

No ritmo de um amanhã colorido

Aos onze anos, ele queria ser o melhor guitarrista do mundo. Hoje já não tem essa pretensão, mas por três vezes consecutivas foi eleito pela crítica o melhor guitarrista do ano. Graças a seu irmão mais velho e ao avô, Duca Leindecker entrou no mundo da música. É líder da banda gaúcha Cidadão Quem. Além da guitarra, as composições, palavras envoltas em livros e telas de cinema também são suas paixões.


Duca dirigiu o curta Chá de frutas vermelhas, que foi ao ar na RBS TV no encerramento da edição 2009 de Curtas Gaúchos. Também é o idealizador do seu próprio estúdio, o Submarino Amarelo. Lá foram produzidas as músicas de seu novo projeto em parceria com Humberto Gessinger, “Pouca Vogal”, que esteve no dia 22 de maio em Santa Maria. “Estou adorando esse projeto. É muito bom sair do seu universo único, que é ser líder de uma banda, e entrar na vida de outro líder de banda. É um aprendizado muito grande” explica Duca.
Além de todas as atribuições que podem ser dadas a Duca Leindecker, o músico sempre teve uma relação muito forte com o pára-quedismo. “Foi uma coisa muito legal que aconteceu na minha vida e muito horrível também”, relembra. Ele diz que se divertiu muito, teve prazer e emoção, mas também tristeza por causa da morte do baterista da banda e grande amigo Cau Hafner, que morreu saltando em 1999. “Por isso eu acabei, aos poucos, parando de saltar”.

A Casa da Esquina (1999) e A Favor do Vento (2003) são os seus livros publicados. Ficções bem mescladas com a vida real: o que há de autobiográfico em A Casa da Esquina? “Tudo”, responde Duca. “Não é documental porque não tem compromisso com a verdade, e adaptei algumas coisas. Mas ele é baseado em histórias da minha vida”. Descobertas, infância, a família e a perda são temas que predominam em sua narrativa.
Não tendo nenhuma formação em curso superior, Duca sempre optou por fazer o que realmente gosta. Não faz nenhuma faculdade porque ocupa muito bem o seu tempo com o seu grande prazer: a música. Mas, se sobrasse tempo para fazer, teria preferências. “Existe faculdade de culinária? Era o que eu faria, culinária e direito”.
Ele sempre teve medo de morrer jovem. Talvez pelo fato de seu pai ter ido tão cedo. O menino Duca tinha apenas oito anos. Por isso o pai de Guilherme resolveu compor O Amanhã Colorido, como um testamento ao seu pequeno de cinco anos. Lágrimas umedecem seus olhos. “Eu gostaria que ele soubesse como eu vejo a vida. Melhor do que dinheiro ou qualquer coisa que eu deixe, é a minha forma de ver a vida”, confessa o músico.
Duca sempre teve a convicção que o mais importante na vida é acreditar no que está fazendo e fazer com vontade. “Independente de onde eu estivesse agora, Duca Leindecker, do jeito que ele é, estaria com a mesma realização que tem hoje com a música, sendo cozinheiro ou advogado. Porque se você gosta, não se importa de passar o tempo inteiro fazendo”, comenta. Mas ele não deixaria a música. Dela, ele sempre gostou. Por isso, tamanha realização.

segunda-feira, 29 de março de 2010

todos juntos numa só legião

Não há quem tenha nascido ou vivido nas décadas de 80 e 90 que não o conheça. Na verdade ele embalou a vida de muita gente, na sua Geração Coca-Cola. Em uma das suas primeiras composições, o cara já mostrou pra que veio: Que país é esse é uma letra contestadora, quase inimaginável ter sido escrita por um jovem de 18 anos. Mas, sim, foi em 1978 que Renato Manfredini Jr. a compôs, quando ainda fazia parte da antiga banda, o Aborto Elétrico.
De professor de inglês a acadêmico de jornalismo, Renato Russo se encontrou mesmo nos palcos e nos rabiscos de letras de músicas. E sem dúvida, pra mim e pra muita gente, ele é sim, o grande poeta do rock nacional. Há quem discorde, mas pela trajetória de vida, ele desbanca o tão heroico Cazuza, que, apesar de ter muito talento, foi um rebelde sem causa. (Ok, papo pra outra hora).
Dia 27 de março Renato faria 50 anos. Aí o motivo do post.
Mesmo depois de 14 anos sem Legião Urbana e sem o seu líder, ele continua por aí: nas caixas de som e no idealismo de uma legião de fãs. Até quem não teve tempo de conhecê-lo, consegue gostar das canções  com a admiração de quem conhece seu ídolo.

Renato Russo não foi só "Legião Urbana" : ele foi a dificuldade de uma doença que o deixou na cadeira de rodas aos 15 anos, foi a luta pelo seu espaço, foi a revolta pela sociedade na ditadura, foi superação de preconceitos(por sua orientação sexual, por ser soropositivo...), foi filho e foi pai. Sim, ele também foi tristeza e melancolia. Renato foi rock n'roll, foi poeta, alma de garoto. Sentia-se só frequentemente, e olha a ironia agora: há uma legião que o acompanha.
Renato Russo eternizou. Só ele teve a coragem de admitir que gostava de meninos e meninas. Só ele soube celebrar a estupidez humana, e nos dizer que o mal do século é a solidão. Ele quem aconselhou: é preciso amar, como se não houvesse amanhã.
Renato foi triste, sim. Dessa tristeza que veio uma obra melancólica, mas bela. Ele acreditava na mudança. Em não ficar parado, correr atrás, começar por si mesmo. Por isso gritava, quem acredita sempre alcança. O "Junior", como chamava sua mãe, não teve tempo de se despedir. Mas deixou sua herança: algo que acompanhará eternamente diversas gerações... todos juntos, numa só legião!

terça-feira, 23 de março de 2010

longe, longe, longe, aqui do lado...

vontade de correr nem se sabe pra onde. tudo que queria era poder ir pra longe. BEM longe..
nem precisava ser pra sempre, só por um tempo. mas ficar longe de algumas coisas que não descem... que angustiam. que deixam roendo as unhas. olhando pro nada. coração apertado. pensamento estranho. cabeça na lua. medo infundado. agonia chata. insônia ridícula. queria só respirar. e tentar entender. melhor fugir.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Eat, pray, love

A busca pelo "Eu" em três países que, coincidência ou não, têm as mesmas iniciais do "EU", em inglês "I" . Itália, Índia, Indonésia.
Comer, rezar, amar (Elizabeth Gilbert) está na lista dos livros que eu mais gostei de ler e vou recomendar para sempre. No início de 2009 comprei e ele foi a companhia das férias. Depois que li, deu vontade de emprestar pra todo mundo que eu conheço. Já passou pela Juli, agora tá com a Maiara e fiz propaganda pra Paulinha, que resolveu não esperar o empréstimo e comprar o dela. E agora, a Paula acaba de me mostrar um trailer. Sim, o filme! A estreia tá prevista pra 13 de agosto nos cinemas norte-americanos, e a Julia Roberts se encarrega de protagonizar.
No Brasil, parece que a estreia é em 24 de setembro.Nem preciso dizer, quero MUITO ver!!
Confere aí o trailer.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Let's Guns!

Vou contar. Comecei a gostar de Guns N'Roses quando o Diego me emprestou uma fita VHS, com alguns clipes de várias bandas gravados( logo ali, em 2003). Nem lembro porque ele me emprestou, mas ficou um tempão lá em casa. Lá, naquela fita, estava o casamento do Axl que acabou em tragédia. Sim, foi vendo o clipe de November Rain que comecei a prestar atenção na banda. Claro que foi um pouco tarde, mas vamos levar em conta, eu tinha 13 ou 14 anos. Confesso que nem conhecia muitas músicas, nunca fui fã de verdade. Mas eles estão entre as bandas das minhas músicas nostálgicas. Lembro de um CD que via lá em casa perambulando pelo quarto do Fê. Se não me engano era o Use your Ilusion I. Aham, faixa 4 e faixa 10. Don't cry e November Rain.
Então, tudo isso pra falar do show de terça feira. Of course, todo mundo diz que "Guns não existe mais", que a banda se foi junto com os integrantes que se foram. Sei eu lá, não opino. Mas evidente que a emoção da galera era muito maior quando ouviam as canções antigas.  Pelo menos onde estávamos, a euforia era quase abandonada nas músicas do álbum novo.
Mas, ok, ok! Detalhes a parte, apesar dos quilinhos a mais e dos 40 e tantos anos que carrega, Mr. Axl está inteirinho sim. Ele cantou, gritou, enlouqueceu, dançou, correu e trocou de figurino pelo menos umas 6 vezes durante o show. E claro, deu o showzinho de atraso. Quase 5 horas de espera. Acho que passou na cabeça de todo mundo que o show não ia rolar... maasss. É, Axl Rose, não se esperava nada diferente.
Mas ele se redimiu, na hora que sentou em frente ao piano... Lá vinha ela.
"When I look into your eyes..." A melhor parte pra mim.
Se redimiu um pouquinho mais quando cantou Patience, que ficou fora do set list nos shows de São Paulo e BH.
Congratulations, master! Mesmo com tanta espera e frio naquela noite, até que valeu a pena.

quarta-feira, 17 de março de 2010

inconstância

s. f.1. Falta de constância; volubilidade.

2. Instabilidade. (s.f - inseguridade na permanência).
 
god.
 
 

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tio Bonner

O Tio Bonner é normal. Ou melhor, como ele mesmo disse, "rigorosamente quase normal, porque normal, normal mesmo, de pertinho, eu não conheço ninguém".
Enfim, o Bonner, âncora, editor-chefe do JN, ganhou o prêmio ShortyAwards, o "Oscar" do Twitter. Ele ganhou na categoria Jornalista - mesmo assumindo, que não faz jornalismo no twitter. Mas aí que tá a graça: Bonner mostra, nessa ferramenta, que é humano, é normal, vive, como a gente. Diferente daquele estrelato e pose de heroismo que muita gente gosta de rotular. É por isso que ele brinca, tem os seguidores como "sobrinhos", e interage com o público, os espectadores, e (pq não?) com os fãs, como eu nunca vi um editor-chefe fazer. Realmente, muito do que ele escreve, como mesmo assume, não faz sentido, é muita brincadeira: não importa. Ele já faz jornalismo o dia inteiro, deixa o cara brincar e ser simpático. Aí embaixo tá uma entrevista dele para o G1 , sobre o twitter e o prêmio. Confere aí.


O última parte da entrevista está AQUI
Dá o follow aí:   @realwbonner

quinta-feira, 4 de março de 2010

Para uma avenca partindo

É um texto do Caio F. Depois que li O Ovo Apunhalado(que a @gabicg_ me emprestou), lá em 2007,  nunca esqueci desse conto.
Talvez seja a hora de colocar ele aqui, na íntegra. E fôlego pra quem quiser ler. Mas vale a pena....

 Para uma avenca partindo
Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viveras superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualqueratraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah: sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um diadestes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê.
Caio F. Abreu

domingo, 21 de fevereiro de 2010

.

[Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira]

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O que não dá pra evitar...

foto melissa mattos

Me desculpem, mas não tem como evitar a ânsia em falar desse livro. Acabei de ler o Pra Ser Sincero - 123 variações sobre o mesmo tema, do Gessinger, e terminei a última página com vontade de voltar à primeira e ler tudo de novo. Claro, sou super suspeita pra falar, né, então, relevem. E não hesitei em ler todas as 123 letras de músicas  - sim, tinha várias que eu não conhecia. Entre uma sééérie de coisas que descobri sobre o seu Humberto, vi que ele também leu o livro o Lobo da Estepe, que inspirou o nome da banda O Teatro Mágico... inclusive tem uma música dele que fala em "O teatro mágico -entrada só para iniciados".
Também 'descobri', mesmo ouvindo a letra e não prestando atenção, que de acordo com o que seu Humberto leu certa vez, o mundo teve cinco extinções em massa sim, e 400 humanidades. ( e nós, com esses números?!)
Ah, e a música que fala na "bandeira tricolor na sacada em frente ao mar", na cabeça do seu Humberto, era a bandeira do Rio Grande do Sul na sacada do seu apartamento no Rio de Janeiro... mas, já viu as interpretações que saíram da frase, né ?!
E o que mais me deixou..."feliz", se assim posso dizer, foi o comentário da música 3x4. Sim, ouvi ela muitas vezes sussurada e em altos tons, nem sempre cantada pelo Gessinger. E não imaginava que fosse feita realmente pra Adriane, a mulher dele. No final do comentário, eu tive que sorrir.

"3x4: Dedicada à Adriane. De fato, perdi minhas chaves na primeira vez que fui à casa dela. Tri a fim de causar uma boa impressão, acabei fazendo todo mundo revirar móveis procurando um chaveiro do Snoopy. Não tive coragem de expor minha tese sobre sumiço de objetos, mundos paralelos, etc. Melhor ficar com fama de trapalhão do que maluco. Anos depois, me dei conta de que era um sinal. Uma premonição que não tive. Tava na cara que ia ser pra toda vida".
(PSS123, pág. 241)

Um pitaco crítico a respeito do livro? Poderia ter mais comentários sobre as letras. Váááárias que - imagino - renderiam comentários legais, e, no fim, ficou só a letra estampada na página. De resto, tudo tri! O Humberto usou das mesmas ferramentas às quais escreve as músicas (se formos reparar nas músicas, quantas e quantas frases iguais encontramos em músicas diferentes?). So, so! Recomendo pra quem é fã! Vai terminar de ler com um super suspiro bom, e uma boa sensação estranha...
Beijos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

além do dia a dia

que esvazia a fantasia ...

passar mais de ano sem entender, e tentando entender nesse tempo todo. chegar no final, suspirar e perguntar se realmente é quem você conhece, ou, se afinal, você conhece ou conheceu mesmo.

vazio

 só a mudança é permanente



quero praiaaaaaaaaaaaa! e a minha família lindaaaa!! saudaaade

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ainda em tempo...

2009 já foi embora a quase duas semanas, e eu quase abandonei esse lugarzinho. Mas nem se quisesse conseguiria. Depois de mais um intervalo de 'férias' do blog, cá estou, ainda em tempo, pra fechar (um pouco atrasada) 2009 com aquela velha retrospectiva de todos os anos...

É meio clichê, sim, mas é inevitável dizer que 2009 me fez crescer. Em altura, nunca mais, né gente! Mas em tamanho interior, demais. Em experiências que eu sei que precisava. E ainda preciso, e quero (sempre mais)!
Em resumo, 2009 me deu o Abra, de março a julho. Uma edição por mês, com reportagens - e cada uma, pronta e impressa, me deixava com o olho brilhando, mesmo sendo um jornalzinho interno da faculdade.
2009 me deu entrevistas inesquecíveis. Não só a com o Duca. Coloco na lista as conversas com os garis, com os jornaleiros, com os portadores da síndrome de Down, com as famílias do Itararé e do Por do Sol.
2009 me deu a monitoria da agência de notícias, e uma pauta atrás de outra, e semanas corridas - mas boas!!
2009 me deu o meu primeiro estágio. Experiência atrás de experiência, novidade atrás de novidade.
2009 me deu oportunidades... Que, espero, vão se consolidar nesse que chegou.
2009 me deu uma turma nova, um curso novo e mais gente ao  meu redor.
2009 me deu uma visão mais panorâmica desse mundinho. Me deu música e livros bons.
Mas 2010 tem que dar mais, muito mais ainda.
OUSAR é a palavra para esse ano.
Entrar nele com pé direito, pensamentos tranquilos e energia positiva...
Boto fé nesse ano que chegou. Feliz 2010, gente querida!!!