segunda-feira, 29 de março de 2010

todos juntos numa só legião

Não há quem tenha nascido ou vivido nas décadas de 80 e 90 que não o conheça. Na verdade ele embalou a vida de muita gente, na sua Geração Coca-Cola. Em uma das suas primeiras composições, o cara já mostrou pra que veio: Que país é esse é uma letra contestadora, quase inimaginável ter sido escrita por um jovem de 18 anos. Mas, sim, foi em 1978 que Renato Manfredini Jr. a compôs, quando ainda fazia parte da antiga banda, o Aborto Elétrico.
De professor de inglês a acadêmico de jornalismo, Renato Russo se encontrou mesmo nos palcos e nos rabiscos de letras de músicas. E sem dúvida, pra mim e pra muita gente, ele é sim, o grande poeta do rock nacional. Há quem discorde, mas pela trajetória de vida, ele desbanca o tão heroico Cazuza, que, apesar de ter muito talento, foi um rebelde sem causa. (Ok, papo pra outra hora).
Dia 27 de março Renato faria 50 anos. Aí o motivo do post.
Mesmo depois de 14 anos sem Legião Urbana e sem o seu líder, ele continua por aí: nas caixas de som e no idealismo de uma legião de fãs. Até quem não teve tempo de conhecê-lo, consegue gostar das canções  com a admiração de quem conhece seu ídolo.

Renato Russo não foi só "Legião Urbana" : ele foi a dificuldade de uma doença que o deixou na cadeira de rodas aos 15 anos, foi a luta pelo seu espaço, foi a revolta pela sociedade na ditadura, foi superação de preconceitos(por sua orientação sexual, por ser soropositivo...), foi filho e foi pai. Sim, ele também foi tristeza e melancolia. Renato foi rock n'roll, foi poeta, alma de garoto. Sentia-se só frequentemente, e olha a ironia agora: há uma legião que o acompanha.
Renato Russo eternizou. Só ele teve a coragem de admitir que gostava de meninos e meninas. Só ele soube celebrar a estupidez humana, e nos dizer que o mal do século é a solidão. Ele quem aconselhou: é preciso amar, como se não houvesse amanhã.
Renato foi triste, sim. Dessa tristeza que veio uma obra melancólica, mas bela. Ele acreditava na mudança. Em não ficar parado, correr atrás, começar por si mesmo. Por isso gritava, quem acredita sempre alcança. O "Junior", como chamava sua mãe, não teve tempo de se despedir. Mas deixou sua herança: algo que acompanhará eternamente diversas gerações... todos juntos, numa só legião!

4 comentários:

  1. lindo lindo o texto lici!!
    claro, sou suspeita pra falar, sou fã e adoro ele!! mas sou tua fã também né ;)
    e com ceteza nascemos no tempo errado :/
    beijo

    Obs: sei que comento pouco aqui, mas tu escreve muuuuito! tu sabe.

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  2. Lindo texto Lici, gostei, me emocionei.

    bjs.

    Irio

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  3. Meu grande sósia... depois eu leio.. agora vou matar aula.. :)

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