terça-feira, 13 de outubro de 2009

cheiro de infância

Hoje senti o cheiro dos álbuns de fotografia que guardam a minha infância. Como se me teletransportasse, me senti folheando os velhos álbuns que estão lá na outra cidade. Provavelmente na lembrança das fotos escaneadas que abri no computador lá de casa, enxerguei uma branquelinha em cima da garupa de um guri de uns sete ou oito anos, enrolados em cobertas. No folhear imaginário vi também o casal de avôs com as duas guriazinhas naquele sofá verde da sala. Remotas lembranças, que talvez nem existissem se não houvessem as imagens estáticas. A loirinha sentada na grama com um vestido de prenda e segurando uma rosa, me fez sentir direitinho a sensação de usar aquele vestido que era apertado nas costas e dava um calor por causa da saia de armação.
A nostalgia trouxe várias outras sensações: os cadernos de caligrafia que eu adorava preencher, o caderno de capa dura com os meus textos da primeira série, os vestidinhos de verão que a mãe fazia, o pé de manga onde a gente adorava se pendurar no meio do pátio da casa velha.  A mesa da garagem daquela casa, que já viu muitas folhas de rascunhos  e desenhos e cartas quilométricas que eu fazia com as folhas que o pai trazia do trabalho. A 'casa nova' em construção e os "bolos" de cal que fazíamos tentando enganar que era merengue... os brinquedos do meu irmão, as bonecas que nem guardei.
Tudo isso no cheiro imaginário dos antigos álbuns de fotografia guardados...

2 comentários:

  1. Lici...

    Vc já teve a experiência de voltar a um lugar que vc freqüentava quando criança, bem criança, onde nunca mais desde então esteve, e perceber que esse lugar, que parecia grande, enorme, amplo, na verdade é pequeno, muito menor do que sempre em tua lembrança pareceu? Isso já aconteceu comigo, sabe? E eu te digo, amiga... é uma sensação muito, muito louca! Mas é bom! Ensina-nos muito sobre a vida, sabe? Recordar... Recordar é mágico e belo...! E e sabe de uma outra coisa a respeito que é impressionante? Repare bem, Lici, e vc verá como experiências únicas que ficaram no passado podem, quanto mais o tempo passa, mesmo jamais se repetindo, ganhar novos e diferentes significados! Eu adoro pensar nisso, amiga! Sim, um mesmo fato, um mesmo momento pretérito e estanque, já que temos esse dom da lembrança, repete-se para sempre de formas diferentes! Aliás, se me permite, imagino que foi exatamente o que aconteceu com vc diante dessas fotografias...! Vc pensou naquilo tudo, de certo modo reviveu, mas foi diferente, porque vc está diferente...! Enquanto isso, querida amiga, resta-nos apenas refletir... Que coisa louca e misteriosa afinal é essa que aprendemos a chamar tempo? Vc saberia me dizer o que ele é? Ah, como eu gostaria de ter essa resposta...

    Bjs!

    Gugu Keller

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  2. Muito lindo!
    minha amadinha
    muita saudade

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